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sábado, 15 de dezembro de 2007

DA DIVULGAÇÃO DA NOTÍCIA E DA REPERCUSSÃO

Instalada CPMI das Seguradoras e Desmanches

Foi instalada ontem a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para apurar irregularidades com veículos salvados cometidas por empresas de seguros, revendedores de automóveis, recuperadores de veículos e oficinas. Os veículos salvados são aqueles envolvidos em acidentes e que são considerados como perda total pela seguradoras.

Denúncias veiculadas pela imprensa mostram que as seguradoras não regularizam a situação dos veículos junto aos órgãos de trânsito, o que mantém válida sua documentação. Para que possam voltar a circular normalmente, eles são reconstruídos a partir de peças de outros veículos com as mesmas características, roubados sob encomenda especificamente para esse fim.

REGULAMENTAÇÃO

O relator da CPI mista será o deputado Takayama (PMDB-PR). Na avaliação do parlamentar, é preciso regulamentar essa área, pois, em cinco anos, mais de 30 mil oficinas de lanternagem foram fechadas e mais de 100 mil funcionários, demitidos. Ele explica que a política de preços utilizada pelas seguradoras pagava apenas R$14 por hora de trabalho de lanternagem, o que acabou desestimulando o setor.


Sobre as denúncias de carros salvados apresentadas pela Rede Globo de Televisão, Takayama disse que as empresas seguradoras não estavam dando baixa na documentação de veículos com perda total. O parlamentar alerta que a falta de regularização na documentação dos veículos salvados acaba estimulando a utilização dos documentos por organizações criminosas.

Segundo o deputado, para normatizar o setor, deveria ser criado um órgão que regulasse a negociação entre seguradoras e oficinas. Outra necessidade é a instituição de um mecanismo seguro que não permita a reutilização dos documentos de veículos salvados.

A CPMI das Seguradoras vai ser presidida pelo senador Romeu Tuma (PFL/SP). Como vice-presidente foi eleita a deputada Mariângela Duarte (PT/SP).

AUDIÊNCIA PÚBLICA

No início de agosto deste ano, as comissões de Fiscalização Financeira e de Defesa do Consumidor da Câmara realizaram audiência pública para debater as denúncias. Apesar de acreditar que as seguradoras não estejam diretamente envolvidas no esquema dos carros salvados, Takayama alerta que existem verdadeiras quadrilhas especializadas, que operam com a conivência de agentes dos Detrans de todo o País.

Em uma iniciativa inédita da Promotoria de Defesa do Consumidor do DF, em parceria com a Federação Nacional das Empresas de Seguro Privado (Fenaseg) e com a Polícia Civil, o Detran de Brasília será o primeiro do País a fornecer dados pela Internet sobre veículos segurados batidos com perda total.

Autor: Patrícia Gripp
Referência: Panorama Brasil
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Fenaseg planeja criar empresa de desmonte - 28/11/2003

Fraude e roubo de veículos preocupam

As seguradoras estão pleiteando o apoio do Governo do Rio de Janeiro para viabilizar a criação de uma empresa de desmonte de veículos. A principal preocupação, no momento, é com a garantia da segurança pessoal dos futuros controladores do empreendimento, uma vez que o projeto contraria o interesse de grupos ligados às quadrilhas de ladrões de automóveis.

Segundo o vice-presidente da Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg), Júlio Avellar, que preside a Comissão Técnica de Automóveis da entidade, as seguradoras não pretendem ter participação no controle do capital da empresa de desmonte, mas garantiriam o fornecimento da "matéria-prima", através de veículos salvados.

- Essa empresa vai gerar empregos e, a médio prazo, reduzirá a sinistralidade das seguradoras e, conseqüentemente, o preço final do seguro de automóvel - sustenta Júlio Avellar.

Ele revela que podem ser abertas várias dessas empresas em diversos Estados, o que acabaria inviabilizando o funcionamento dos ferros-velhos que, muitas vezes, vendem peças de veículos roubados.

Júlio Avellar diz ainda que, na Europa, a partir de 2006, as próprias montadoras serão obrigadas a retirar de circulação os veículos sem condições de trafegar. "É uma medida extrema, mas mostra que essa é uma preocupação mundial, inclusive do ponto de vista ambiental", assinala o executivo.

Os seguradores estão convencidos de que ainda há muito espaço para crescimento do seguro de automóvel. Hoje, segundo dados apresentados pelo diretor da Porto Seguro, Luiz Alberto Pomarole, apenas 34% da frota circulante no Brasil têm a cobertura do seguro. Esta média é um pouco mais elevada em Brasília (45%), Rio de Janeiro (44%) e São Paulo (43%), mas cai bastante nos Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, nos quais o índice gira em torno de 20%.

Referência: Jornal do Commercio


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Seguro combate a criminalidade - 23/10/2003

23 de Outubro de 2003 - "Tranqüilidade" e "garantia" eram nomes comuns para seguradoras num passado não muito distante. Apesar de superados por denominações mais modernas, eles refletem perfeitamente o espírito do mercado segurador, cujo objetivo principal é oferecer ao maior número de pessoas possível a certeza de que sua vida e seus bens estão protegidos.

Isso faz com que empresas e clientes se transformem em grandes aliados: a nenhum dos lados interessa que o evento previsto na apólice - uma batida de carro, um roubo ou uma morte, por exemplo - efetivamente aconteça.

Por essa razão, o mercado segurador se transforma no maior aliado da sociedade na área de segurança. Somos fortemente prejudicados pelo aumento da violência e da criminalidade, que provoca a elevação do número de sinistros e tem um impacto direto sobre nossos custos.

Como conseqüência da insegurança, as seguradoras são obrigadas a aumentar seus preços, eliminando uma boa parte de seu mercado potencial. A lógica é simples: como o seguro é um produto facultativo, o consumidor deixa de contratá-lo se considerar seu preço alto.

O mercado tem, na verdade, feito um grande esforço para reduzir seus custos e conseguir aumentar sua base de clientes. Na área de automóveis, por exemplo, em pouco tempo passamos de um nível equivalente a 10% da frota nacional para um patamar da ordem de 25%.

Esse incremento é conseqüência direta da diminuição dos preços das apólices e de uma política de diferenciação de preços de acordo com o risco de cada segurado, o que tornou o produto ainda mais acessível para o público.

A lógica de nosso mercado nos obriga, portanto, a combater as fraudes e a adotar políticas que apóiem os esforços das autoridades no combate à criminalidade.

Com esse objetivo, as seguradoras lançaram este ano o Plano de Prevenção e Redução da Fraude em Seguros, uma iniciativa articulada do mercado para estimar o volume de fraudes praticadas e atuar em educação, criação de um banco de dados, inteligência e criminalização dessas práticas.

Obviamente não vamos eliminar o crime, mas nosso objetivo é tentar prevenir e reduzir as fraudes, permitindo assim uma queda ainda maior nos preços das apólices e um aumento de nossa penetração de mercado.

As seguradoras estão conscientes de que o esforço no combate à criminalidade deve ser de todos e não apenas do governo. Nesse sentido, além das questões previstas no plano de combate à fraude, estamos dispostos a apoiar as autoridades nesse desafio.

Em relação ao tema dos veículos salvados, que recebeu tanta atenção da imprensa ultimamente, o mercado segurador tem uma grande contribuição a dar, principalmente em áreas como inteligência, fiscalização, melhores práticas etc.

Vale ressaltar que, do total de 1 milhão de salvados gerados no Brasil a cada ano, apenas 90 mil - ou menos de 10% - pertencem às empresas seguradoras.

Como as empresas do nosso mercado nunca consertam veículos, os salvados são vendidos no estado em que se encontram para quem se interessar. Para evitar fraudes ou crimes, quando o carro vendido não tem possibilidade de conserto, ele é comercializado com o chassi recortado, impedindo sua reutilização.

No caso de danos de média monta, em que a reparação é economicamente viável, o veículo é vendido bloqueado no Detran e precisa passar por uma vistoria para voltar a circular.

Apesar desses cuidados, é possível que haja fraudes. Para reduzi-las ainda mais, o mercado segurador está disposto, por exemplo, a patrocinar a instalação de estruturas de inspeção mais bem equipadas, que se incumbirão de fazer essas vistorias e assegurarão que os salvados reparados se mantenham dentro da lei e em plenas condições de segurança.

Além disso, estamos propondo a criação de centros de concentração de veículos roubados encontrados pela polícia a fim de facilitar sua restituição a seus legítimos proprietários.

Na questão de documentação, a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) já entregou ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) uma série de sugestões para melhorar a fiscalização e o controle da frota brasileira de veículos.

Entre essas sugestões podemos destacar a ampliação do sistema Renavam para incluir mais informações sobre os veículos, como acidentes que resultem em perda total ou parcial, inspeções de segurança, vistorias etc.; a criação de um cadastro nacional de oficinas autorizadas para desmanche de veículos sinistrados; e a inclusão do número do motor na documentação do carro.

Todas essas medidas poderão ter um impacto muito importante na redução das fraudes e da criminalidade na área de automóveis, beneficiando o conjunto da sociedade brasileira. Este é, portanto, o momento de agirmos.

kicker: Pela segurança, o mercado segurador se transforma no maior aliado da sociedade

Autor: Julio Avellar - Vice-presidente da Fenaseg
Referência: Gazeta Mercantil


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Fenaseg faz propostas ao Denatran - 20/08/2003

20 de Agosto de 2003 - O presidente da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), João Elisio Ferraz de Campos, entregou ontem ao diretor geral do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Ailton Brasiliense Pires, sugestões do mercado segurador para melhorar o controle e a fiscalização sobre a frota nacional, particularmente sobre os automóveis acidentados.

Ampliar as informações do sistema Renavan, incluindo ocorrências de acidentes, inspeções de segurança veicular, vistorias e acidentes que resultem em perda total ou parcial e respectivos reparos realizados em oficinas; criação de um cadastro nacional de oficinas autorizadas para desmanche de veículos sinistrados; inclusão do número do motor, e não apenas do chassis, entre os dados constantes da documentação, cujo porte é exigido aos proprietários como forma de facilitar a identificação de veículo sinistrado e dificultar sua "clonagem" são algumas das propostas apresentadas pela Fenaseg e que podem contribuir para evitar fraudes com veículos acidentados, segundo denúncias feitas pela rede Globo nos últimos dias.

Segundo Ferraz de Campos, um entre cada grupo de onze veículos considerados "salvados" é um veículo segurado. Para cada veículo sinistrado vendido por uma seguradora há outros dez, na mesma situação, vendidos por outras empresas, que também podem ser utilizados em fraudes como a da "clonagem" sem que os vendedores sejam participantes ou coniventes. "Os veículos acidentados vendidos por seguradoras são vendidos com todos os procedimentos exigidos em relação à documentação", disse.

Referência: Gazeta Mercantil


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´Salvados´ sem seguro - 19/08/2003

As novas regras para o chamado comércio de automóveis salvados em São Paulo passam a valer a partir de terça-feira. O Departamento de Trânsito vai pôr no documento a origem do carro, quando ele estiver batido ou quando for recuperado de um roubo. São mudanças para preservar o maior interessado: o comprador de carro usado.

O único carro da família Dantas não sai da garagem há cinco meses, desde que seu Humberto fechou o negócio. Para rodar, ele quer o seguro, mas não encontra companhia que aceite. "Tentei em quatro seguradoras", conta.

Uma das seguradoras alegou que o carro está fora dos padrões de aceitação da companhia, embora o Departamento de Trânsito diga que não há problema algum com ele. O Detran não conta a história do veículo. Informa apenas a situação atual dele.

A origem do carro do seu Humberto é um leilão. Nele, uma seguradora vendeu o carro batido a um cidadão comum, que fez o conserto e o revendeu a uma loja de carros, onde seu Humberto fez a compra.

Agora, ele vive a seguinte situação: nem a seguradora que vendeu o carro aceita fazer o seguro. Um funcionário da companhia confirma: "Nós não cotamos seguro de sinistrado. É muito difícil mesmo qualquer companhia aceitar risco de veículo sinistrado".

No laudo, a seguradora informa um dos motivos da recusa: veículo com sinistro anterior de PT, ou perda total.

Na venda, a seguradora considerou o carro perfeitamente recuperável. Agora, na hora de fazer o seguro, diz que a perda foi total. E é seu Humberto que fica com o prejuízo. "Eu me sinto traído", confessa.

O representante das seguradoras diz que cabe a cada empresa aceitar ou não seguro. E que a recusa não é a prática das grandes companhias.

"Embora, cada companhia tenha critérios próprios de aceitação. Sujeitos estão aptos a circular, eles normalmente são aceitos", diz Júlio Avelar, da Federação Nacional das Seguradoras.

A partir de amanhã, em São Paulo, passa a valer uma nova regra para o comércio dos chamados carros salvados. Quando a companhia indenizar o segurado, e receber o carro batido, o Detran vai expedir o certificado de propriedade com um alerta: o próprio documento vai mostrar o passado do carro.

O documento passa a ter a seguinte inscrição: sinistro/recuperado. Informação que o Detran também vai manter na internet, para que ninguém mais leve pra casa aquilo que não comprou.

(edição de 18.08.03)

Referência: Jornal Nacional - Rede Globo


Comunicado Fenaseg - 18/08/2003

A Fenaseg permanece disposta a colaborar com as autoridades no combate aos roubos e fraudes de veículos bem com na adoção de medidas que propiciem o aperfeiçoamento do sistema.

Nesse sentido, esclarece que há cerca de dois anos realizou concorrência em âmbito nacional com vistas à elaboração de amplo projeto de criação de um órgão destinado especificamente ao combate às fraudes nos seguros de automóveis e nos demais ramos. O projeto aprovado está sendo implementado desde o início do ano. Foram contratados profissionais para implantar os sistemas de informática e demais medidas, que incluem a instalação de um dique-denúncia específico.

No que diz respeito às dúvidas recentemente levantadas em relação aos veículos salvados, a Fenaseg, além dos esclarecimentos abaixo, informa que o seu presidente, João Elisio Ferraz de Campos, já agendou diversas reuniões com autoridades federais e estaduais para debater propostas que visem a minimizar a possibilidade de falhas nos atuais procedimentos relativos aos veículos acidentados. Nesse sentido, estará hoje com o superintendente da Superintendência de Seguros de privados (Susep), Renê Garcia, e, na próxima semana, em Brasília, com diversas outras autoridades.

Por terem sempre adotado essa política de transparência e de colaboração, as seguradoras não concordam e nem aceitam quaisquer interpretações de que possam ter algum interesse no aumento de roubos ou fraudes de veículos.

Evidentemente, o expressivo volume de veículos indenizados, envolvendo milhares de operações por dia em todo o país, não está imune a falhas humanas e de procedimento. Todavia, cabe refletir que a simples supressão da possibilidade de revenda de veículos recuperáveis constituiria medida danosa à economia do sistema. Com efeito, o aproveitamento de veículos em condições de circular gera o ingresso de receitas adicionais ao sistema, permitindo o barateamento do preço do seguro.

Ademais, a questão dos salvados é muito mais um problema geral do disciplinamento da frota circulante de veículos do que dos veículos segurados.

Comercialização de salvados

De acordo com dados da Fenaseg, para cada 11 veículos "batidos" encontrados no mercado, apenas 1 é segurado dentro do conceito de salvado. Salvado é todo o veículo batido que pode ser recuperado (casos de danos de pequena e média monta) ou irrecuperável (danos de grande monta), quando vira sucata.

Atualmente a frota circulante no Brasil está estimada em 32 milhões de veículos, dos quais apenas 8 milhões têm seguro. Todos os anos cerca de 1 milhão deixa de circular por acidentes, obsolescência, dentre outras causas.

É bom lembrar que as seguradoras, após indenizar integralmente o segurado por um sinistro de roubo / colisão / incêndio / alagamento, tornam-se proprietárias de um salvado.

A venda de salvados é uma atividade regulamentada pela Resolução do Contran 25/98, e pode ser feita por uma seguradora ou qualquer outra empresa. Pela legislação, quando o veículo é recuperável, deve-se imediatamente comunicar e bloquear junto ao Detran a sua documentação. Vendido a terceiros - por leiloeiros ou empresas especializadas - o veículo somente poderá voltar a circular após reparo e vistoria do Detran.

Uma das idéias da Fenaseg a serem debatidas pelo mercado segurador é a inclusão do número do motor e não apenas do chassi na documentação dos veículos. Isso facilitaria a identificação do veículo por parte dos consumidores e autoridades. Quando o veículo acidentado é irrecuperável, a Resolução do Contran 11/98 determina que o chassi deve ser recortado, as placas e plaquetas recolhidas e sua documentação cancelada pelo Detran. Esse tipo de veículo é vendido como sucata, sem documentos.

Rio de Janeiro, 15 de agosto de 2003

Assessoria de Comunicação e Imprensa
Ângela Cunha
Geraldo Bolda

Este texto foi entregue aos jornalistas que participaram da entrevista coletiva concedida pelo vice-presidente da Fenaseg, Júlio Avellar, em 15 de agosto de 2003.

Referência: Fenaseg - Assessoria de Imprensa


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O golpe dos carros salvados - 18/08/2003

Investigações feitas esta semana em todo o Brasil confirmaram a denúncia: os carros salvados - automóveis destruídos que são revendidos com documentos legais - alimentam uma indústria de roubos e provocam mortes.

Em Jundiaí, São Paulo, veio à tona o caso do executivo Ovídeo Rodrigues, assassinado em fevereiro, quando estacionava o carro em casa. Ele foi vítima da quadrilha de Jean Francisco Iotti, que tinha comprado um carro salvado igual ao do executivo. A polícia descobriu que uma rede de despachantes e funcionários públicos trabalhava para a quadrilha.

Em Belo Horizonte, o engenheiro Daniel Salles conseguiu localizar o carro, roubado há cerca de um mês. "O carro quando é seu você só de bater o olho você reconhece", diz Daniel.

O automóvel de Daniel estava montado sobre um chassi de carro salvado. Placas e números de registro estavam adulterados. Mas as outras peças eram todas do carro dele.

"Eu tenho a chave do carro e se quiser, a gente pode ligar o carro com a minha chave".

No Rio de Janeiro, a polícia foi às lojas que apareceram na reportagem do Fantástico. E as denúncias foram confirmadas, uma a uma.

A Auto Frontin tinha dois carros e uma moto com os números adulterados. O dono e um funcionário foram presos.

A investigação levou também à descoberta de um depósito clandestino de auto-peças. Mas o mercado do Rio é até pequeno perto do de São Paulo. O estado do Rio todo tem apenas 18 lojas cadastradas de veículos salvados. Já em São Paulo são 340 empresas do ramo.

Mostramos no domingo passado o que acontece em três lojas. Um comércio suspeito: vendedores oferecem carros destruídos sem nenhuma restrição nos documentos. Descobrimos também a outra ponta do golpe: carros roubados para montar em cima do salvado.

Procuramos as autoridades de São Paulo para saber se tomaram alguma providência. A polícia diz que interrogou Jorge Luiz Paio, o homem que nos ofereceu um carro roubado.

"Ele não é um ladrão de carro, não tem nem antecedentes sobre isso. Ele é na realidade um revendedor de peças que roda tanto São Paulo quanto o interior e aproveitou a oportunidade para tentar passar como ladrão e talvez tenha alguma ligação com ladrão", esclarece o delegado Godofredo Bittencourt.

Em São Paulo não houve operações policiais, pelo menos registradas pela imprensa, e as lojas de carros salvados continuaram, aparentemente, funcionando normalmente depois da denúncia do Fantástico.

Voltamos à Ideal Veículos, loja onde o vendedor Cyro nos explicou parte do golpe.

Fantástico: Um funcionário, um vendedor do senhor, na ocasião, ele falava que esse carro, para o negócio ter sucesso economicamente tinha que ser para ser colocado em cima de um outro carro roubado, porque senão não faz sentido um carro desses caro.

Luiz Tonon, diretor da Ideal Veículos: "Não, não. Isso aí quem está falando que o meu vendedor disse isso foi você".

O Fantástico mostra um trecho inédito. Nele, o vendedor Cyro diz por que o golpe é tão lucrativo.

Cyro: "Mês passado nós vendemos 200 carros aqui".

Fantástico: Agora, Cyro, a maioria desses carros é pra trepar (montar em cima), né?

Cyro: "É, com certeza".

Fantástico:Pô, se você vendeu 200 carros e a maioria dos carros é pra colocar um outro carro frio em cima.

Cyro: A maior parte é isso.

Fantástico: É pra botar um carro frio?

Cyro: É pra jogar um carro frio em cima.

Fantástico: Pô, então dá dinheiro.

Cyro: "A gente não fala isso pra não ficar meio chocante o negócio, né? Meio por aí mesmo".

Fantástico: Mas a realidade é essa?

Cyro: "A realidade é essa. Crua e fria".

Em outra loja, a Arnaut Veículos, fomos recebidos por um dos donos, Mauro Arnaut. Ele defendeu a legalidade e a viabilidade do negócio.

Fantástico: O senhor acha que esses carros não podem ser usados pra esquentar carros roubados?

Mauro: "Esse carro, eu peço 85 mil reais. Se a pessoa vier com 75 mil reais eu vendo o carro".

Fantástico: Um carro nessas condições, um carro nesse valor, e possível recuperar um carro desses, o senhor que entende de carro?

Mauro: "Como que não é possível?"

Perguntamos ainda ao diretor do Departamento de Investigações Criminais se a polícia de São Paulo investigou as lojas denunciadas pelo Fantástico.

Fantástico: Mas dentro das lojas não foi encontrada nenhuma irregularidade?

Diretor: Não foi encontrada nenhuma irregularidade.

Fantástico: Carro roubado, nada?

Diretor: Nada, nada.

Fantástico: Foi tudo fiscalizado?

Diretor: Foi. É tudo fiscalizado.

Mas veja o que nos disse Mauro Arnaut.

Fantástico: Durante a semana vocês receberam alguma vistoria da polícia?

Mauro: Não, não recebi vistoria nenhuma. Por que deveria receber?

A partir desta segunda, o Detran de São Paulo vai mudar a documentação dos carros vendidos pelas seguradoras. O certificado do veículo vai ter um espaço onde vai aparecer a expressão "carro recuperado" nos automóveis vendidos em leilão pelas seguradoras.

E o Departamento Nacional de Trânsito convocou, para terça-feira, uma reunião em Brasília que vai decidir como acabar com o golpe dos salvados.

(edição de 17.08.03)

Referência: Fantástico - Rede Globo


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Outros golpes - 18/08/2003

Preste muita atenção: o Fantástico denuncia agora outros dois golpes que estão lesando donos de carros no Brasil inteiro.

O primeiro golpe envolve policiais e empresas recuperadoras de veículos. São firmas contratadas por seguradoras para - teoricamente - localizar veículos roubados. Mas elas fazem mais que isso.

Acompanhe um exemplo: o deputado estadual de Mato Grosso do Sul Flavio Kayatt teve seu carro roubado no dia 15 de janeiro deste ano em Campo Grande. Ladrões renderam o motorista e levaram o automóvel, uma Toyota Hilux semelhante a esta. Imediatamente, o deputado deu queixa do roubo.

Vinte dias depois, foi procurado por um homem que disse trabalhar para a empresa W.R., uma recuperadora de veículos de São Bernardo do Campo, São Paulo. O deputado conta o que ouviu do agente: "O que me traz aqui é um assunto um pouco constrangedor porque eu tenho documentos de policiais bolivianos e de um policial brasileiro que falam que o seu carro teria sido visto um dia antes na fronteira do Brasil com a Bolívia".

O investigador acusou o deputado de dar o golpe do seguro: fazer falsa comunicação de roubo com o intuito de receber o valor do carro em dinheiro. E apresentou os tais documentos. Neles, um policial chamado Wando Brasil afirma ter visto o carro do deputado cruzando a fronteira com a Bolívia no dia 14 de janeiro. Portanto, um dia antes da data em que o deputado deu queixa do roubo em Campo Grande.

"Logo em seguida eu liguei para o meu advogado e pedi para ele quais seriam as providências que eu deveria tomar. Ele pediu para que, naquele momento mesmo, eu fosse acompanhado dele até a delegacia da Polícia Civil para fazer uma queixa de calúnia e difamação desse suposto investigador".

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul abriu um inquérito e descobriu a fraude. Wando Brasil e outros policiais fornecem - em troca de cinqüenta dólares - essas falsas declarações para as recuperadoras de veículos. E qual o interesse das recuperadoras em ter esses documentos?

"Uma promiscuidade de interesses, um conluio entre as seguradoras e as recuperadoras de veículos. Essas recuperadoras recebem 10% do valor do seguro que não seria pago ao segurado", explica o advogado Paulo Haendchen.

O deputado Flavio Kayatt abriu um processo e recebeu, depois de seis meses, o dinheiro do seguro.

Mas o que acontece com quem não é deputado? Pessoas comuns, como o casal Marcelo e Raquel Perini? Eles eram proprietários de uma BMW ano 92, roubada ano passado, em São Paulo. Depois de comunicar o roubo, o casal também sofreu pressão de um agente de outra recuperadora. Ele ameaçou os dois de cadeia, e os pressionou para assinar um termo abrindo mão da indenização do seguro.

"Do jeito que ele falava, eu ia ficar presa com bandidos da pior espécie", lembra Raquel.

Raquel estava grávida na época. Com medo de represálias, o casal assinou um termo abrindo mão do direito à indenização. "Só vinha na minha cabeça ele me acusando ´confessa, confessa".

Até hoje, Marcelo e Raquel estão sem carro e sem o dinheiro do seguro.

O Fantástico foi até a empresa W.R, em São Bernardo do Campo, onde nos informaram que os responsáveis não estavam. Mas as pessoas que nos receberam confirmaram que usam os serviços do policial Wando Brasil.

"Existe sim o senhor Brasil, que o senhor já deve ter tido lá em Corumbá. O senhor Brasil ele é um policial militar, ok? Que passa informações".

A Fenaseg - Federação Nacional das Seguradoras - nega essa prática.

Fantástico: A recuperadora não interage diretamente com o dono do veículo para que ele, por exemplo, desista de receber o seguro?

Júlio Avelar, vice-presidente da Fenaseg: Absolutamente, absolutamente.

Segundo a Federação, o papel das recuperadoras é de apoio ao segurado.

"Os veículos segurados não são mais recuperados que os não segurados. Então não há uma eficiência maior da polícia na recuperação de veículos segurados. E normalmente a participação dessas empresas é de apoio ao segurado no desembaraço do veículo na delegacia", diz Avelar.

Veja agora como funciona o segundo golpe: imagine que você é proprietário de um automóvel totalmente segurado. Você sofre um acidente e leva o carro para uma oficina. Só que, ao contrário do que garante o código de defesa do consumidor, muitas vezes, você não tem direito de escolher a oficina de sua preferência.

"Hoje as seguradoras criaram a chamada rede credenciada. A rede credenciada não passa de um curral onde, na verdade, foram colocadas nas cidades de todo o Brasil diversas empresas reparadoras que fazem parte de uma lista e o consumidor é forçado a levar o carro lá", conta Angelo Coelho, presidente do Sindicato das Funilarias de São Paulo.

O código do consumidor diz ainda que a oficina é obrigada a usar no conserto peças novas: originais de fábrica, ou similares com as mesmas especificações. Mas segundo o promotor de justiça Edson Batista, oficinas são forçadas por algumas seguradoras a empregar peças usadas, alimentando o mercado dos desmanches e roubos de carros.

"Esses veículos são subtraídos justamente para serem oferecidos a pessoas que efetuam o desmanche, onde as peças então são retiradas e vão justamente para o veiculo do consumidor, por um preço obviamente mais acessível do que aquele preço oferecido pela fábrica".

A Fenaseg responde. "A recomendação da Federação, primeiro, é que a oficina seja de livre escolha por parte do segurado. Dois, que sejam aplicadas peças originais, novas, nos veículos. O que existe, sem dúvida nenhuma, é uma negociação com objetivo de ter orçamento mais em conta".

O Ministério Público está apurando as novas denúncias do Fantástico.

(edição de 18.08.03)

Referência: Fantástico - Rede Globo


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Fenaseg e Denatran discutem propostas para inibir sinistros - 18/08/2003

Rio, 18 de Agosto de 2003 - Um encontro amanhã com representantes do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) marca o contra-ataque das seguradoras às insinuações de que estariam fomentando o aumento do roubo e furto de veículos, via a venda de salvados da carteira de automóvel. Depois de um comunicado da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), exibido na edição da última sexta-feira do Jornal Nacional, da Tevê Globo, para refutar as acusações, os seguradores pretendem, na seqüência, aproveitar a reunião de amanhã para listar uma série de propostas para inibir as fraudes com veículos da frota circulante. Uma das principais é a criação de um banco de dados, aproveitando-se da estrutura do Renavan, para adicionar um histórico de todos os veículos em circulação no País.

Para o vice-presidente da Fenaseg, Júlio Avellar, a medida daria maior controle sobre as fraudes, evitando a montagem de carros dublês a partir da compra da documentação dos veículos salvados de seguradoras ou de particulares.

Em resposta à reportagem exibida no Fantástico do dia 10 de agosto, mostrando como as fraudes ocorrem a partir da venda de carros recuperados pelas seguradoras, Avellar classificou de um contra-senso "imaginar que as companhias possam compactuar das irregularidades". Para tanto, exibiu uma série de números para comprovar que as eventuais fraudes ocorrem não só com carros da frota segurado, mas também em todos em circulação no País. Atualmente, existem 32 milhões de veículos integrantes da frota circulante, dos quais 24 milhões sem seguros e 8 milhões segurados. Considerando a base 100, os salvados de seguradoras seriam da ordem 1,2, ao passo que, no caso dos não-segurados, totalizaria 11,7. A soma de salvados segurados ou não perfaz 12,9 do total da frota circulante. No jargão do mercado, salvado é todo veículo batido que pode ser recuperado (danos de pequena e média monta) ou irrecuperável (dano de grande monta ou perda total).

Dados da Fenaseg, lembrou Avellar, indicam que, para cada 11 carros batidos e passíveis de recuperação, apenas um pertence à seguradora. Atualmente, duas regulamentações do Contran tratam da destinação dos veículos salvados. Para os danos de grande monta (perda total), a Resolução Contran 11/98 determina que o chassis seja recortado, haja recolhimento de placas e plaquetas e baixa da documentação no Detran, autorizando-se que o veículo seja vendido como sucata (sem documentação). A outra, a 25/98, trata de veículos com danos de média monta e, em conseqüência, aptos a retornar ao mercado, desde que sejam submetidos antes a uma inspeção veicular que suspenda seu bloqueio perante o Detran. "Uma boa saída para reduzir as eventuais fraudes seria melhora a vistoria realizada pelos Detrans", lembrou Avellar.

Autor: Vagner Ricardo
Referência: Gazeta Mercantil


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Origem da máfia -17/08/2003

O Jornal Nacional mostra agora a origem do que está sendo chamado de a máfia dos "salvados". Sucatas sem condição de uso são vendidas como carros que precisam apenas de reparos. Um negócio que acaba estimulando o roubo.

No pátio do leiloeiro, a mercadoria está à venda. São carros batidos que já foram de cidadãos comuns, clientes de seguradoras. Depois do acidente, a companhia indeniza o segurado e fica com o carro para revender.

Em São Paulo, há pelo menos três leilões todo dia, onde as seguradoras vendem em media 700 carros batidos.

Para ser legal, o negócio tem de seguir o que determina o Conselho Nacional de Trânsito. O carro batido só pode circular de novo se os danos forem no máximo de "média monta", de acordo com critérios do próprio Contran. Carros desse tipo têm documentação em nome da seguradora e alimentam o mercado de salvados - como são conhecidos os automóveis reformados.

Carros com danos de "grande monta", a chamada perda total, só podem ser vendidos como sucata. E a documentação tem de ser anulada. A lei não define o que é perda total, diz apenas que é preciso um laudo.

É essa a origem do problema, afirma um perito de automóveis que, há dez anos, faz laudos para seguradoras em Minas Gerais.

"A gente só calcula os valores e passa pra seguradora. A seguradora que determina se é perda total ou não. A resolução do Contran não tem o menor valor, porque quem decide é a seguradora", diz ele.

O comerciante de automóveis que nos acompanha ao leilão, explica que carros declarados como perda total valem pouco, em comparação com os salvados - que as seguradoras revendem por até 45% do preço de um novo.

Pela imagem do leilão das seguradoras, o perito conclui que há sucatas à venda com documentação. "Eu acho um absurdo colocar um carro desse pra ser leiloado com documento", denuncia.

Em um palio, por exemplo, falta até o motor. Quando o leiloeiro anuncia o preço, a platéia reage.

No último domingo, o Fantástico mostrou porque, mesmo sendo caro, o negócio é rentável para alguns. O comprador desonesto aproveita o documento da sucata e manda roubar um carro igual para pôr em cima do chassi.

O representante das seguradoras afirma que cada companhia tem seu próprio critério para definir o que é perda total. E diz que as seguradoras só fazem laudo porque o poder público não faz.

"Resta aos próprios interessados classificar se de grande, de média ou de pequena monta", conta ele.

O palio à venda no leilão é da seguradora Brasil Veículos. Em nota, a seguradora diz que, infelizmente, houve uma falha. É sim um caso de grande monta ou perda total. A empresa reconhece o que a imagem mostra: o carro não passa de sucata.

A seguradora Brasil Veículos disse também que vai pedir ao Detran o cancelamento da documentação do palio mostrado na reportagem. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os leilões de carros em São Paulo passarão a ser fiscalizados por policiais do Departamento de Trânsito. A norma passa a valer a partir da semana que vem.

(Edição de 15/08/2003)

Referência: Jornal Nacional - Rede Globo


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Vítima da máfia - 17/08/2003

Um executivo de Jundiaí, interior de São Paulo, assassinado em fevereiro, pode ter sido a primeira vítima da máfia dos carros salvados.

Para o promotor de Justiça que investiga a ação de uma das quadrilhas, a vítima tinha um carro semelhante a um comprado em leilão e foi morto em uma tentativa de roubo do veículo.

Antonio Ovídeo Rodrigues foi morto dentro de casa quando três homens tentavam roubar o seu carro. Os três suspeitos do crime estão presos. A denúncia sobre a atuação de quadrilhas que compram carros batidos em leilões e "esquentam" a documentação pode ser a explicação para o crime.

A promotoria de Justiça descobriu que a quadrilha de Jean Francisco Iotti atuava em Santo André, no ABC paulista. Com a ajuda de despachantes, os documentos eram legalizados.

O carro igual ao da vítima foi comprado em um leilão por Jean, que pagou R$ 8,5 mil. Segundo o promotor, a quadrilha conseguiu "esquentar" a documentação do carro destruído falsificando certificados de vistoria.

Depois eles tentaram roubar um carro semelhante para revender mais um carro salvado.

"Era um veículo proveniente de leilão, com perda total declarada pela seguradora. Esse veículo tinha sido desmontado e as peças vendidas separadamente e simplesmente eles elegeram a vítima e foram lá e mataram um chefe de família", afirma o promotor Francisco Bastos.

(edição de 16.08.03)

Referência: Jornal Hoje - Rede Globo


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A máfia dos carros salvados: oficina é descoberta - 15/08/2003

As denúncias sobre a máfia dos carros salvados têm mobilizado a polícia do Rio de Janeiro como há muito tempo não se via. Os desdobramentos do caso estão chegando às oficinas de desmanche: uma delas foi descoberta esta noite, na zona oeste do Rio, e impressionou os investigadores pela organização.

Entre centenas de peças, foi possível identificar pelo menos dois carros roubados. As peças ficavam agrupadas por tipo, em cômodos diferentes da oficina. Algumas eram de carros novos e de luxo.

São Paulo e Espírito Santo são os mercados mais prováveis do desmanche, segundo a polícia. Ninguém foi preso.

(edição de 14.08.03)

Referência: Bom Dia Brasil - Rede Globo


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Denúncia liga seguradoras ao roubo de veículos -12/08/2003

São Paulo, 12 de Agosto de 2003 - As seguradoras são acusadas de usar peças de desmonte para recuperar carros danificados, o que estimularia a chamada indústria do roubo de carro a fornecer as peças aos desmontes e, por sua vez, às próprias seguradoras. A denúncia foi feita pelo presidente do Sindicato da Indústria de Funilaria e Pintura do Estado de São Paulo (Sindifupi), Angelo Coelho, ex-funcionário da área de sinistro de seguradoras. Os reparadores de veículos também acusaram as seguradoras de reduzir o valor pago por hora de trabalho e de não considerar os gastos com tecnologia feitos pelas oficinas. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Paraná (Sindirepa), Wilson Bill, as oficinas que não aceitam as condições impostas pelas seguradoras são descredenciadas.

A indústria de seguros recebeu com indignação as denúncias feitas contra o setor. O vice-presidente da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e Capitalização (Fenaseg), Julio Avellar, em entrevista exclusiva para a InvestNews informou que é do maior interesse do setor reduzir a incidência de roubos e furtos de veículos. Ele rechaça qualquer acusação de que as seguradoras estariam liberando veículos salvados (destruídos em acidentes) de forma irregular. Estes veículos, segundo denúncias, estariam sendo usados para "esquentar" a documentação de carros roubados. "Seria um tiro no pé."

"Quem lida com seguros quer segurança e controle. Nosso trabalho é para reduzir os roubos e as fraudes e, desta forma, poder diminuir o preço do seguro e aumentarmos o número de clientes", disse Avellar. O executivo afirmou ainda que o setor elabora um Código de Ética para definir as melhores práticas a serem adotadas na venda de seguros, no tratamento dos sinistros e na relação com a sociedade e as autoridades. "Somos um setor que busca se auto-regulamentar", disse.

Julio Avellar disse ainda que todas as seguradoras vendem os salvados. Estes carros são divididos em dois grupos: aqueles com danos de grande monta, ou seja, com perda total e os com danos de média monta. Os salvados oriundos de perda total têm o chassis recortado e placas e documentos cancelados no Detran (Departamento de Trânsito). "São vendidos por quilo como sucata", afirma Avellar.

Os salvados de média monta, segundo Julio Avelar, são vendidos bloqueados e não podem circular. Estes veículos só poderiam voltar às ruas depois de uma inspeção de segurança realizada pelo Detran.

O vice-presidente da Fenaseg negou que os segurados estejam sendo obrigados a consertar os seus veículos apenas nas oficinas credenciadas pelas seguradoras. Esta é mais uma das denúncias apresentadas contra as seguradoras em recente audiência pública na Câmara dos Deputados.

"Não é obrigação. É recomendação. O cliente pode levar o carro na oficina que quiser desde que se responsabilize pela qualidade do conserto. Nós só podemos garantir o trabalho das oficinas que conhecemos, que estão credenciadas", disse Julio Avellar.

A federação colocou-se à disposição para prestar os esclarecimentos necessários aos deputados que estão propondo a CPI das Seguradoras. "É importante que não se prejudique um sistema que, acima de tudo, visa o consumidor. Trabalhamos para que o consumidor tenha um seguro de qualidade e é do nosso interesse que as fronteiras sejam controladas, que haja redução no roubo e aumento na recuperação dos veículos roubados."

Autor: Solange G. Silva
Referência: Gazeta Mercantil


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Golpe do seguro -12/08/2003

Fraudes com seguro de automóveis estão na mira da polícia. Em Pernambuco, um golpe envolve donos de veículos e corretores de seguro. A reportagem é de Karla Almeida.

Na frente do Comando Militar do nordeste, a poucos metros da portaria vigiada por soldados, um carro incendiado. A cena se repete ao longo de uma das mais movimentadas rodovias de Pernambuco. Os moradores já se acostumaram.

A rotina de carros queimados chamou a atenção das seguradoras que descobriram a fraude. Os proprietários fazem um seguro mais alto que o valor real do carro e depois eles queimam o próprio veículo.

"Em Pernambuco este tipo de golpe é forte mas ele já se espalhou pelo Brasil todo. Quem paga é o resto da população que tem um seguro cada dia mais caro", diz Mucio Novaes do sindicato das empresas de seguro.

Um cemitério de carros incendiados.É na rodovia BR408 onde praticamente todos os veículos são abandonados. A maior parte sem nenhuma identificação. O que dificulta o trabalho da polícia.

De janeiro até agora cerca de 100 veículos foram incendiados, mas apenas quatro pessoas foram presas, entre elas, um corretor de seguros que confessou o crime à polícia.

"Existe quadrilha e existem pessoas individualizadas. A gente já prendeu a quadrilha mas há outras pessoas indiciadas e vamos continuar trabalhando", afirma o delegado Evaristo Neto.

Referência: Jornal Nacional - Rede Globo


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A máfia das seguradoras - 11/08/2003

Você vai finalmente entender por que se roubam tantos carros no Brasil. Você compraria um carro totalmente destruído?

Citroen Xsara, ano 2000: R$ 18,8 mil! Isso mesmo: o preço desse resto de carro é R$ 18,8 mil. Está à venda na Ideal Veículos, uma empresa de São Paulo.

Nas tabelas de usados, um automóvel dessa marca, ano 2000, inteiro e funcionando, vale em torno de R$ 22 mil. Quem pagaria R$ 18,8 mil por um carro nesse estado? Outro exemplo: No pátio da Arnaut Veículos, também em São Paulo, encontramos um Golf cor prata, ano 99, modelo 2000. Nas tabelas de usados, esse carro também custa em torno de R$ 22 mil. Mas e nessas condições, sai por quanto? "O Golf, o pratinha, vocês viram o carro, capotadão, né? Está R$ 14 mil", diz a vendedora.

Alguém em sã consciência seria capaz de pagar R$ 14 mil por um carro que só anda se for rebocado? Você provavelmente não sabe, mas tem muita gente comprando e muita gente vendendo o que um dia foi um carro. O objetivo? Recuperar esses automóveis e revendê-los com o máximo de lucro possível.

Vamos explicar o golpe que torna possível se ter lucro reformando e revendendo carros inutilizados comprados a preços tão altos. Imagens feitas pelo helicóptero da Globo, em São Paulo, não deixam dúvida sobre o tamanho desse mercado. São dezenas de lojas, não só na capital paulista, mas no Brasil inteiro, que vendem todos os meses milhares de carros "salvados", como são chamados esses automóveis destruídos.

O primeiro passo para entender como funciona esse golpe é saber o que é um "salvado". "Salvados" são carros que sofreram o que as seguradoras chamam de "sinistros" graves: acidentes que provocaram perda total do veículo. "Perda total" quer dizer que o carro ou não tem recuperação ou que o preço do conserto supera o valor real do carro. Num caso desses, o dono recebe a devida indenização do seguro.

Em troca, ele é obrigado a repassar à seguradora o que sobrou do carro sinistrado e - muito importante - entrega também o documento do veículo. Agora preste atenção: Resolução 11, 23 de janeiro de 1998 - Contran Art. 1° - a baixa do registro de veículos é obrigatória sempre que o veículo for retirado de circulação com: III - laudo de perda total Partes com número de chassis devem ser cortadas e destruídas. Placas e documentos devem ser devolvidos aos órgãos responsáveis. Uma resolução de 1998 do Código de Trânsito Brasileiro diz que todo veículo retirado de circulação com laudo de perda total deve dar baixa no Renavam - o Registro Nacional de Veículos.

E mais: as partes do carro que contêm o número do chassis devem ser cortadas e destruídas. placas e documentos devem ser devolvidos aos órgãos responsáveis. Na prática, isso nem sempre acontece. Em vez de dar baixa nos documentos, como manda a lei - algumas seguradoras repassam esses veículos para as lojas de salvados. Como a Ideal e a Arnaut, em São Paulo, e a Auto Frontin, no Rio de Janeiro. Nesta última, perguntamos ao funcionário a origem dos carros à venda. "Todos são de seguradora. Todos eles são de seguradora", diz ele.

Em São Paulo, na sede da Arnaut Veículos, somos atendidos pela vendedora Léia. Nossa equipe de reportagem finge interesse por um Golf prata ano 99 e também pergunta sua origem.

Fantástico: Mas o documento sai como o quê? Sinistrado, batido, como é que sai?

Léia: No documento não vai constar nada. Mas vai estar o documento em nome da seguradora e o recibo de transferência em nome da nossa loja.

Fantástico: isso não é problema. Mas não vem como carro sinistrado?

Léia: no documento em si não tem nenhuma restrição" A vendedora nos informa que é possível regularizar o carro destruído desde que se faça a reforma seguida de uma vistoria num órgão credenciado. Léia: pega o carro normal, faz o laudo do Inmetro, transferiu, é um carro como outro qualquer.

Fantástico: Como? Não entendi.

Léia: A partir do momento em que você faz o laudo, a gente vai estar emitindo uma nota de venda e te entregar os documentos necessários. No que você vai transferir, é um carro como outro qualquer, sem problema nenhum."

Você deve estar se perguntando: para que gastar R$ 14 mil, R$ 18 mil num carro tão destruído se a reforma vai acabar custando muito mais do que ele vale? A resposta é simples: as pessoas que fazem esse tipo de negócio não compram as peças para reformar o veículo. Peças originais, compradas em concessionárias, tornariam o negócio inviável.

Os envolvidos nesse tipo de esquema mandam roubar um automóvel com as mesmas características do carro destruído. Do carro destruído são aproveitadas apenas duas partes: o chassis ou monobloco - que é o esqueleto do carro - e o documento, ainda válido. Do carro roubado são retiradas todas as peças. Depois, numa oficina clandestina, montam-se as peças roubadas sobre o chassis legalizado. Mas como descobrir alguém disposto a roubar um carro por encomenda? Nossa investigação revelou que isso não é difícil.

A equipe de reportagem do Fantástico foi à Avenida Rio das Pedras, zona leste de São Paulo, região com dezenas de lojas de autopeças usadas. Enquanto fingíamos procurar peças para aquele Golf capotado que nos foi oferecido pela Arnaut Veículos por R$ 14 mil, fomos abordados por um homem chamado Jorge.

Fantástico: Preciso comprar tudo, banco...

Negão: o carro dele capotou...

Jorge ladrão: Capotou? Mas como é que você vai fazer com a lata? Como é que você vai fazer? Vai fazer um dublê? Dublê, na gíria dele, é um carro igualzinho ao que estamos querendo recuperar.

Jorge ladrão: Vai ter que fazer um dublê.

Fantástico: Isso é difícil?

Jorge ladrão: Tem que pegar um cara fera, né?

Jorge ladrão: Precisa arrumar um cara feroz aí. Esse que é o perigo. O cara vai pegar as partes todas do teu carro e vai soldar em cima da outra lá. Vai pegar um número quente, que é o seu, e montar num ´treta´". Jorge nos pede dez minutos e sai para dar um telefonema. Em menos de cinco, ele volta. já dá até o preço do que ele chama de ´dublê´, o carro a ser roubado.

Jorge ladrão: Cinco pau tudo.

Fantástico: O que vem? Jorge ladrão: O carro inteiro. Fantástico: Prata?

Jorge ladrão: É.

Fantástico: Jura?"

A conversa pára por aí. Não encomendamos o carro. E, para disfarçar, nossa equipe de reportagem promete fazer um novo contato com Jorge. Mas não voltamos a falar com ele. No Rio de Janeiro, o mercado paralelo funciona da mesma forma.

Dentro de uma loja de salvados, a Auto Frontin, fomos abordados por um homem chamado Ricardo. Fazemos a sondagem. Ele nos dá um número de celular, e diz que vai entrar em contato.

Ricardo: Falou, irmão.

Fantástico: Vai me ligar?

Ricardo: Vou. Ricardo não demora a telefonar. E nós fazemos o jogo dele.

Fantástico: Você sabe me dizer que tipo mais ou menos que você me arruma?

Ricardo: A gente arruma é qualquer coisa, maluco.

Fantástico: Mas você tem idéia de um Golf 2000 mais ou menos, por quanto sai?

Ricardo: Aí eu não sei. Uns três mil. Dias depois, Ricardo telefona novamente a não deixa dúvidas sobre o tipo de trabalho que faz.

Ricardo: Veja bem, parceiro. Olha só o que acontece, parceiro. Eu vou te dizer. O bagulho, não preciso nem te falar, né? Que é roubo, né? Não preciso nem te falar?

Fantástico: Claro. Aqui, novamente, a equipe de reportagem do Fantástico suspende os contatos e não chega a fazer qualquer encomenda. Nas conversas por telefone, Ricardo chega a fornecer uma informação importante: os dias em que os ladrões de carro costumam agir com mais freqüência.

Fantástico: Mas geralmente qual é o dia que pinta?

Ricardo: É final de semana mesmo, mais o final de semana.

Fantástico: Então está bom. Prova disso é o que ocorreu ontem, no Rio de Janeiro. O procurador aposentado do INSS, Valter Leite Lemos, foi morto a tiros por ladrões que tentaram roubar seu carro.

Depois de montar o carro roubado sobre o chassis do carro batido, a pessoa que está dando o golpe ainda cumpre uma última etapa: a de transferir os documentos para o seu nome. até para isso existe um esquema. Quem nos revela os detalhes é Cyro, vendedor da Ideal Veículos, aquela empresa de São Paulo que vimos no começo da reportagem. Segundo ele, basta levar o carro reformado com as peças roubadas para fazer uma vistoria num órgão credenciado a um custo de R$ 80.

Fantástico: Esse laudo não demora muito, não?

Cyro: Na hora. Você arrumou o carro, você leva o carro lá.

Fantástico: Arruma, mas o cara sempre implica com alguma coisa...

Cyro: Não é assim, não.

Outro cara: Foi o que ele falou, paga 80 pau, acabou.

Cyro: É 80 reais, aqui em Guarulhos. Inclusive a firma é nossa também, entendeu? É do patrão a firma que faz laudo.

A firma que, segundo o vendedor, faz o laudo pericial para legalizar o carro roubado é a CTV, em Guarulhos, Grande São Paulo. Ela consta do site do Inmetro como órgão credenciado para vistorias, e tem como responsável o senhor Alex Pereira de Almeida. Em outra conversa, perguntamos novamente ao vendedor Cyro, da Ideal Veículos, sobre o esquema de vistoria.

Fantástico: Estou preocupado com o documento, o DUT lá. Não vai ter nada escrito?

Cyro: Não, vai sair ´Ideal´.

Fantástico: Ideal é uma loja.

Cyro: Uma loja.

Fantástico: Mas não diz que foi perda total.

Cyro: Não, não. Senão ninguém comprava carro aqui.

Fantástico: A maioria desses carros aqui nego compra para quê?

Cyro: Tudo para revender. Procuramos outra loja de salvados, a Nova Boa Vista, para tirar a dúvida: será que a vistoria é tão simples? Quem nos atende é um vendedor chamado Roger.

Fantástico: Mas aí os caras arrocham muito lá?

Roger: Não! Tem conhecido da gente. Você vai onde a gente te indicar que não tem erro. Fantástico: Jura?

Roger: Opa!

Fantástico: Chegando lá, o cara não vai ficar ´essa peça aqui, essa peça aqui´? Roger: Negócio de peça eles nem olham.

Fantástico: Hein?

Roger: Esse negócio de peça eles nem olham. Isso daí é vistoria veicular. Olham pneu, extintor, seta, farol alto, baixo.

Mesmo se houvesse uma vistoria detalhada, há quem ofereça meios para burlar a fiscalização: algumas peças do carro roubado podem conter numerações capazes de identificar sua origem. É o caso do motor, por exemplo. Você lembra de Jorge, o homem que nos ofereceu um Golf roubado em São Paulo? Ele conhece um esquema para adulterar a numeração do motor.

Jorge: É feito por um cara do Detran, serviço de profissional. Você pode passar pela perícia da Unicamp, em Campinas e os caras vão jogar o ácido e não aparece.

Fantástico: Como é que ele faz?

Jorge: Serviço de profissional. Já vendi um monte de motor. Sem problema. É sem problema. Tô te falando procê.

Nossa reportagem descobriu que no Rio de Janeiro também existe um esquema para legalizar os veículos montados. Só que esse não exige nem vistoria: fica na mão de uma despachante de Vitória, Espírito Santo. Quem dá o serviço é Jonas, vendedor de mais uma loja de salvados, a MR 2000.

Jonas: Tem despachante bom para fazer documento.

Fantástico: Bom? Águia?

Fantástico: Quanto ele cobra?

Jonas: R$ 680

Fantástico: Mas aí não precisa levar o carro lá, não?

Jonas: Não precisa levar o carro a lugar nenhum. Fantástico: Como? Jonas: Não precisa levar o carro a lugar nenhum.

Fantástico: Ele faz vistoria onde?

Jonas: Não é nem vistoriado. Telefonando para a despachante, de nome Leila, descobrimos que o carro roubado até que é vistoriado, sim.

Mas quem faz essa falsa vistoria é o próprio dono! "A gente vai estar mandando para você uma vistoria. Aí você tira o decalque do chassis nessa vistoria e um decalque à parte noutro papel", explica a despachante. Nossa equipe de reportagem em Vitória procurou a despachante. Fomos atendidos por Ilza, a chefe do escritório. "Eu posso até me comprometer de falar porque envolve as seguradoras. Porque elas que vendem o carro. Se a gente regularizar um carro desses, eu não vou falar pra você que nós não regularizamos porque de vez em quando a gente pega aqui, é comum qualquer despachante pegar", explica Ilza.

Na quinta-feira, em Brasília, deputados federais entraram com um pedido de formação de CPI para apurar o envolvimento de seguradoras com o esquema dos carros salvados. "As empresas de seguro reaquecerem os documentos dos salvados, ora, isso vai gerar exatamente essa indústria do crime e o desdobramento vai ser pior, porque vai provocar além dos roubos, as mortes, o reaquecimento e o fomento a essas empresas chamadas desmanches", diz o deputado federal Hidekazu Takayama Ficam as perguntas: Como evitar a proliferação desse golpe? A quem cabe a fiscalização? Quantos roubos de carros e até mortes poderiam ser evitadas se essa atividade acabasse?

Procurada pelo Fantástico, a Fenaseg, Federação Nacional das Seguradoras afirmou que já vem tomando medidas para combater as fraudes. "A Fenaseg persegue esse desiderato, esse objetivo, de dar baixa efetiva dos veículos. Inclusive constituímos com estrutura própria uma diretoria de combate às fraudes.

Nós evidentemente estamos nessa linha da correção, zelando pela imagem do seguro", diz Antônio Mazurek, superintendente da Fenaseg. No domingo que vem, o Fantástico vai denunciar dois outros esquemas que estão prejudicando donos de automóveis no Brasil. Você precisa assistir para saber como Se defender de mais esse golpe. O diretor geral do Denatran, órgão máximo executivo de trânsito no Brasil, informou que vai investigar a fundo as denúncias apresentadas pelo Fantástico.

Ailton Brasiliense Pires reiterou que, uma vez definida a perda total de um veículo, ele não pode voltar a circular. E que as seguradoras têm obrigação de dar baixa na documentação e destruir as partes do chassi que contêm numeração.

Referência: Fantástico - Rede Globo


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Comprar carro em leilão pode ser um ´mico´ - 31/05/2003

Daniele Lima de Brito sabe bem o que é isso. Ela não conseguiu segurar o veículo que comprou em leilão de salvados da Porto Seguro. Tentou vendê-lo e, nas duas vezes que fechou negócio, teve de aceitar o carro de volta porque os compradores também não conseguiram ter aprovada a proposta de seguro

O ideal é que se consulte um corretor antes de comprar o veículo

A possibilidade de comprar um carro por preço inferior ao de mercado tem levado muitos consumidores aos leilões de salvados realizados por seguradoras. Mas o que a grande maioria não sabe é que pode acabar com o "mico" na mão.

Quem melhor pode falar sobre isso é Daniele Lima de Brito. Por duas vezes, ela tentou revender o carro comprado em um leilão da Porto Seguro, mas teve de aceitá-lo de volta. "Adquiri o carro batido, mandei arrumar, mas nenhuma seguradora concordou em segurá-lo, nem mesmo a própria Porto Seguro. Àqueles a quem o vendi também não conseguiram fechar contrato de seguro e me devolveram o carro", conta.

Conforme explica Sônia Marcelino, advogada e corretora de seguros, todos os carros vendidos em leilão são resultados de sinistros: ou sofreram colisão com perda total ou foram recuperados de roubos/furtos. "Os roubados/furtados não costumam dar dor de cabeça ao novo proprietário. Os batidos, porém, "viram carros condenados", resume. Na opinião dela, as seguradoras não deveriam vender carros que tiveram perda total. "Se vendem teriam, no mínimo, de informar ao comprador, no ato do leilão, que o seguro pode ser recusado."

Júlio Melo, gerente do Serviço de Atendimento ao Cliente da Porto Seguro, garante que é possível, sim, segurar veículos comprados em leilão. Entretanto, é preciso que ele esteja com toda a documentação em ordem e seja aprovado na vistoria prévia para a aceitação do risco, "quando é avaliado se os reparos foram feitos com a qualidade necessária". No caso de Daniele, Melo diz que, na vistoria prévia, foram constatadas avarias que tornavam impossível a aceitação do risco. "Por isso, o carro não foi segurado."

Para Frederico da Costa Carvalho Neto, advogado especialista em consumo, "o consumidor deve ser informado, ao fazer a compra em leilão, de todos os problemas do carro e, até, a possibilidade de recusa do seguro. "Se alguma informação for omitida, a seguradora pode ser responsabilizada, pois um carro sem condições de circular com segurança não pode ser vendido", opina.

"Uma vez vendido", justifica Júlio Melo, "a qualidade do reparo é de responsabilidade do consumidor". Segundo ele, consta do Edital de Leilão de Veículos Salvados da Porto Seguro que os veículos são "vendidos no estado em que se encontram, portanto, é de pleno conhecimento do consumidor", explica.

Se, mesmo sabendo desses detalhes, o consumidor optar por comprar carro em leilão de salvados, a advogado Sônia Marcelino recomenda que o interessado procure um corretor de seguros para avaliá-lo, pois eles já sabem que tipo de carro costuma ter o seguro recusado. E alerta: "Na dúvida, é melhor nem comprar."

Perda total não é razão de recusa

Além da Porto Seguro, Sul América e Marítima também não consideram, por princípio, que a perda total é razão para a recusa de seguro. "Fazemos uma vistoria criteriosa no veículo antes de aceitarmos ou recusarmos o seguro", explica José Carlos de Oliveira, diretor do Ramo Autos da Marítima. "Se o carro passar pela vistoria e estiver com o laudo de inspeção veicular do Detran aprovado, o seguro é aceito", diz.

A Sul América aceita seguro de carros que tenham sofrido colisões fortes somente mediante um laudo feito por organismos de inspeção credenciados ao Inmetro. "O documento é importante porque certifica a capacidade de circulação do veículo", explica Paulo Umeki, diretor-técnico de automóveis da Sul América. O laudo, segundo a Assessoria de Imprensa do Inmetro, é de responsabilidade do comprador e custa em torno de R$ 60.

Já a Real Seguros só aceita segurar veículos salvados se eles foram vendidos por ela, conforme explica o diretor de Automóveis da seguradora Walter Pereira, e após a realização de vistoria. "Vamos verificar se o reparo foi bem-feito e se ele oferece segurança", afirma. Todos os carros vendidos em leilão pela Real podem ficar em boas condições de uso após o reparo, informa Pereira. "Se não houver essa possibilidade, o carro nem é vendido."

A Bradesco Seguros também não oferece nenhuma restrição aos veículos provenientes de leilão, "desde que sejam aprovados pela vistoria prévia a que todos os seguros novos são submetidos", ressalta André Boudon, da Assessoria de Comunicação da seguradora.

Autor: MARIANA SANT´ANNA
Referência: Jornal da Tarde

FONTE: http://www.smartcars.com.br/clipping_eletronico.asp

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